sábado, 18 de outubro de 2014

PROFISSAO: DOCENTE- Francisco Fernandes Ladeira

PROFISSAO: DOCENTE 

 O SALARIO NÃO E (ACETO) O PRINCIPAL

 Francisco Fernandes Ladeira 
Cientista social e professor
 franciscoladeira@bol.com.br 

Todos nos sabemos que um professor enfrenta vários desafios ao longo de sua carreira: classes superlotadas; alunos problemáticos, indisciplinados e muitas vezes violentos; colegas de trabalho estressados; cobranças das superintendências de ensino, salários irrisórios e falta de material didático adequado para ministrar as aulas estão entre as principais reclamações dos profissionais da educação. 

Nos debates sobre os fatores negativos do magistério, geralmente o baixo salario E a questão mais citada. Entretando , no presente texto, pretendo dar maior ênfase as (crase) questões extraeconomicas. Em outros termos, deslocar o foco da discussão do “retorno ficanceiro” para o “retorno pessoal” da profissão docente. 

No Brasil, o processo de degradação do magistério começa pela ma (acento)formação dos profissionais de educação, passa pelo sucateamento da escola publica e culmina com uma intensa campanha de alguns setores da mídia contra o próprio professor. Não bastasse a formação acadêmica comprometida, a imensa maioria dos docentes brasileiros não possui tempo disponível para preparar adequadamente as aulas ou aprimorar seus conhecimentos porque, não raro, lecionam em duas ou mais escolas, com jornadas de trabalho extremamente exaustivas. 

Além dessas adversidades, os professores brasileiros convivem com salas de aula superlotadas. Assim, e demasiadamente desgastante para o docente lecionar em classes com, me medias, 40 alunos, quando o ideal seria, no máximo, a metade desse numero. Outra grande questão a ser ressaltada e(a cento)luta contra a mercantilização da educação, em detrimento do ensino publico. Cada vez mais nossos governantes concedem vultosos incentivos fiscais para os empresários da educação e, em contrapartida, investem cada vez menos na educação publica. 

 Por outro lado, e importante salientar que a educação, isoladamente, não alerta a realidade. São as mudanças politicas, econômicas e culturais que modificam a educação. Portanto, não faz sentido falar em um melhor sistema educacional sem propor um projeto de mudança global da sociedade. 

Evidentemente, não devemos menosprezar a questão salarial quando abordamos a profissão docente. Em sociedades capitalistas como a nossa, um rendimento monetário satisfatório e(acento)condição sine qua non para que um individuo possa viver com o mínimo de dignidade e suprir suas necessidades vitais. Todavia, o baixo salario talvez não seja o principal problema do magistério brasileiro. 

Sendo assim, melhorar o rendimento básico do professor e (acento) fator necessário, porem não suficiente para termos uma educação realmente de qualidade. E(acento) preciso conceder ao docente a oportunidade de uma formação satisfatória e oferecer condições adequadas para desenvolver seu trabalho. Resumindo: ensejar uma melhor valorização social do professor. Em ultima instancia, parafraseanado um famoso comercial de cartão de credito, existem coisas que o dinheiro não pode mensurar, e a satisfação de lecionar, certamente, e(acento) uma delas. 

FONTE: Jornal O Tempo- 15/10/2014, quarta-feira

Nenhum comentário:

Postar um comentário